No 17º Simpósio Brasil Sul de
Suinocultura (SBSS), especialista revelou evidências de que a dose de reforço
contra Mycoplasma hyopneumoniae pode elevar a imunidade e desempenho dos
suínos e defendeu protocolos vacinais
No Simpósio Brasil
Sul de Suinocultura (SBSS), em Chapecó (SC), o médico veterinário Luis
Guilherme de Oliveira conduziu um painel que prendeu a atenção de
produtores, técnicos e pesquisadores. O tema “Desafio por Mycoplasma
hyopneumoniae: nossos protocolos vacinais atendem o desafio? Uma terceira dose
de vacina seria a solução?”, abordou a pneumonia enzoótica, um dos
problemas respiratórios mais relevantes e persistentes na produção de suínos, a
pneumonia enzoótica.
Luis Guilherme destacou
que o Mycoplasma hyopneumoniae é um agente de grande impacto econômico, por
comprometer o ganho de peso dos animais e aumentar a suscetibilidade a
infecções secundárias. No contexto do oeste catarinense e de regiões produtoras
do Rio Grande do Sul, ele relatou que algumas empresas já vêm adotando
protocolos com dose de reforço contra a doença, e que os resultados têm se
mostrado promissores.
Segundo o palestrante,
a terceira dose tem sido aplicada no início do período de terminação,
especialmente em granjas com histórico de desafios mais severos. “Os dados de
campo, aliados a análises laboratoriais, mostram que há melhora na resposta
imunológica e na performance dos animais”, explicou. O especialista ressaltou
que, embora cada granja tenha suas particularidades, a ferramenta pode
representar um avanço estratégico no controle sanitário, principalmente em
cenários de maior pressão de infecção.
O painel também trouxe
informações sobre pesquisas em andamento, que buscam quantificar de forma
científica os benefícios da medida. Os estudos apresentados incluem indicadores
zootécnicos, parâmetros clínicos e respostas sorológicas, que ajudam a embasar
tecnicamente a decisão de incluir a dose extra nos programas vacinais. Luis
Guilherme reforçou que o Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS) oferece um
espaço privilegiado para debater soluções práticas e aplicadas à realidade do
campo. “A vacinação com dose de reforço parece ter vindo para ficar, como uma
aliada no combate às doenças respiratórias na terminação. É mais uma arma para
proteger a saúde do plantel e a rentabilidade do produtor”, concluiu. Ficou
evidente que a discussão sobre a terceira dose está apenas começando e promete
influenciar protocolos sanitários em diversas regiões produtoras do país.
Além dos aspectos
técnicos, o palestrante chamou atenção para a importância da integração entre
pesquisa e prática de campo. Ele ressaltou que a efetividade de qualquer
protocolo vacinal depende não apenas da tecnologia utilizada, mas também de uma
gestão sanitária criteriosa, com acompanhamento constante, diagnóstico preciso
e alinhamento entre veterinários, gestores e equipe de manejo. “Vacinar é parte
da solução, mas o sucesso vem quando somamos isso a boas práticas de
biosseguridade e manejo adequado”, enfatizou.
Outro ponto abordado
foi a necessidade de personalização dos programas de imunização. De acordo com
Luis Guilherme, cada granja apresenta um perfil distinto de desafios
sanitários, o que exige que a decisão sobre a terceira dose seja baseada em
histórico epidemiológico, pressão de infecção e condições ambientais. Essa
abordagem individualizada, segundo ele, é fundamental para evitar custos
desnecessários e potencializar o retorno econômico do investimento em
vacinação, garantindo um equilíbrio entre saúde animal e competitividade no
mercado.