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2 mêses atrás

Agroindústrias avançam nos programas de bem-estar

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A suinocultura brasileira produz mais de 5 milhões de toneladas por ano. Somente nas exportações, já supera a marca de 1 milhão de toneladas, o que consolida o país como o quarto maior produtor mundial de carne suína. Para atingir mercados cada vez mais exigentes e competitivos, o setor mostra que está em constante evolução quando o assunto é bem-estar.

O painel sustentabilidade e bem-estar animal abriu a programação científica do 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), nesta terça-feira (12). O evento, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), acontece até esta quinta-feira (14), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).

A médica veterinária Charli Ludtke, moderadora do painel, destacou que cada escolha feita na cadeia produtiva tem um impacto gigantesco na condição do animal e citou algumas das principais diretrizes que têm sido adotadas em prol de práticas mais sustentáveis e éticas. Entre elas, a primeira normativa de bem-estar na suinocultura, publicada em 2020, que estabelece boas práticas de manejo com foco no conforto e na qualidade produtiva.

Para somar aos debates sobre o tema, representantes de diferentes agroindústrias trouxeram suas experiências na implantação e evolução dos programas de bem-estar. A consultora de bem-estar na BRF, Josiane Busatta, apresentou o programa "Feito na BRF", implementado em 2015, com base nos pilares de alimentação, ambiente, boas condições de saúde, comportamento natural, manejo humanitário e capacitação.

Entre as medidas adotadas pela agroindústria, estão a adequação do método de eutanásia, eliminação da mossa como método de identificação, implantação de enriquecimento ambiental e da gestação coletiva. “Sabemos como produzir proteína animal, mas precisamos ser cada vez mais eficientes. Os consumidores também estão cada vez mais atentos e ter processos transparentes é fundamental. O bem-estar é uma jornada que se caminha, é uma construção diária", afirmou a médica veterinária.

A responsável técnica de sanidade e bem-estar animal na unidade da Frimesa de Assis Chateaubriand, no Paraná, Kauany Dalle Molle, destacou a implantação do programa de bem-estar na cooperativa, o aprimoramento de manejos, as capacitações e inovações implementadas em cada etapa do processo, desde a granja até a indústria. “São práticas que elevam o patamar da nossa produção. Percebemos melhora no processo, redução das perdas e muitos ganhos”.

Já o gerente de fomento na Pamplona, Fabrício Beker, evidenciou os compromissos do programa de bem-estar da empresa, que passam pela imunocastração dos suínos machos, uso de veículos de transporte que beneficiem a saúde e o bem-estar dos animais e proporcionam praticidade na operação, migração para o sistema de gestação coletiva até 2026, banir a mossa até 2026, fazer o manejo de corte de cauda, bem como a não utilização de antibióticos promotores de crescimento.

De acordo com Beker, as estratégias em prol do bem-estar foram adotadas aos poucos e hoje o programa está consolidado na empresa. Além dos compromissos já firmados, outro objetivo é construir as primeiras granjas com fêmeas soltas também dentro da maternidade e não só na gestação coletiva. “O sistema produtivo entende que são investimentos que trazem vantagens para a cadeia como um todo. Já avançamos muito e ainda daremos importantes passos para que tenhamos uma evolução contínua”.

O projeto de adequação das gestações foi evidenciado pelo gerente executivo de sustentabilidade agropecuária na Seara Alimentos, Vamiré Sens. Desde 2015, a empresa assumiu o compromisso público de substituir todas as células de gestação individuais por alojamentos coletivos e, hoje, cerca de 98% das granjas já alcançaram essa adequação. “À medida que vamos fazendo essas adequações, os animais também vão trazendo boas respostas, pois ao conviver em um ambiente que permite a eles terem interações mais positivas, esses animais acabam produzindo mais, aproveitando melhor a ração, crescendo mais e isso acaba refletindo em maiores remunerações e melhores resultados.”

Para o médico veterinário, o bem-estar animal é a base para toda a jornada de sucesso da suinocultura. “O bem-estar para nós vem numa pegada muito ampla, muito plural, dentro da leitura da sustentabilidade. Não tem como produzir alimento sem bem-estar animal. É fundamental que a gente olhe como isso afeta o planeta, a vida das pessoas, a produção de alimentos e temos que começar a conectar esses temas. O bem-estar não anda sozinho", concluiu Vamiré.

PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

Quarta-feira (13/08/2025)

Painel Gestão de Pessoas (mesa-redonda)

8h – Por que ainda temos tanta dificuldade em recrutar e reter talentos? O que fazer para tornar a atividade mais atrativa?

Palestrantes: Alexandre Weimer, Eduardo Basso, Erno Menzel e Andrei Dietrich

09h40 – Coffee Break

Painel Genética (mesa-redonda)

10h10 – Hiperprolificidade: como a genética está trabalhando para que o potencial genético aconteça no campo

Palestrantes: Amanda Siqueira, Marcos Lopes, Geraldo Shukuri e Thomas Bierhals

12h às 13h30 – Eventos paralelos

Painel Nutrição

14h – Influência nutricional na resposta e desenvolvimento imune dos suínos

Palestrante: Alex Hintz

14h45 – A vida após o banimento do Óxido de Zinco. O que podemos aprender com a experiência europeia?

Palestrante: Leandro Hackenhaar

15h45 – Coffee break

Painel Imunidade

16h15 – Em busca do equilíbrio sanitário: como desenvolver e avaliar ferramentas para a obtenção de uma imunidade robusta de plantel: custo imunológico e impacto ao longo da cadeia de produção.

Palestrante: Luiz Felipe Caron

17h – Preparando o leitão para os desafios sanitários: microbiota, biorremediação, treinamento do sistema imune, o que realmente faz sentido?

Palestrante: Álvaro Menin

18h– Eventos paralelos

19h30 – Happy Hour na PIG FAIR

Quinta-feira (14/08/2025)

Painel Desafios Virais e suas ameaças

8h – A influenza aviária chegou ao sistema de produção: que risco corre a suinocultura?

Palestrante: Janice Reis Ciacci Zanella

8h45 – Programa de controle da PSC e PSA no Brasil: visão geral, impacto das ações e riscos para a nossa suinocultura

Palestrante: Dra. Lia Treptow Coswig

9h45 – Coffee Break

Painel Sanidade

10h10 – Saúde respiratória de leitões após o desmame: compreendendo os patógenos endêmicos

Palestrante: Dra. Maria Jose Clavijo Michelangeli

10h55 – Desafio por Mycoplasma hyopneumoniae: nossos protocolos vacinais atendem o desafio? Uma terceira dose de vacina seria a solução?

Palestrante: Luis Guilherme de Oliveira

12h – Sorteio de brindes e encerramento

Galeria de Fotos

Não perca nenhuma informação sobre o Simpósio Brasil Sul de Suinocultura

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