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1 ano atrás

Fim de semana de conhecimento e confraternização no 2º Encontro Pet

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Evento, realizado pelo Nucleovet, contou com três palestras que discutiram saúde mental, qualidade de vida e doenças transmitidas por vetores

Saúde mental e emocional, qualidade de vida e doenças transmitidas por vetores nortearam os debates das palestras que integraram a programação do 2º Encontro Pet, realizado pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) no último sábado (22), na sede da entidade, em Chapecó. O evento teve objetivo de oferecer informações e conhecimentos aos profissionais da medicina veterinária sobre o segmento de pequenos animais e promover networking.

A primeira palestra foi com a psicóloga Marcia Regina Favaretto Guaragni, que explanou sobre “Síndrome de Burnout e saúde mental: a vida pede pausas”. Ela explicou o conceito, sintomas, diagnóstico, fatores de risco, tratamento e prevenção da doença. “Síndrome de Burnout é um estado de colapso, esgotamento ou fadiga extrema decorrente do estresse crônico causado pelo trabalho”, expôs Marcia. Entre os sintomas estão excesso de auto cobrança, agressividade, transtornos alimentares, uso de álcool ou drogas, dificuldade de aceitação às mudanças, comportamentos de risco, absenteísmo, isolamento, perda do interesse pelo trabalho ou lazer e até suicídio. Para fazer o diagnóstico, é preciso explorar o contexto e situações ansiogênicas no trabalho, o início dos sintomas, os sentimentos e os comportamentos.

Como fatores de risco Marcia citou constantes mudanças no mercado de trabalho e uso desenfreado das tecnologias; carga de horário excessiva ou excesso de demandas laborais; lidar com colegas críticos, competitivos e sem afinidades; ausência de segurança, falta de controle ou previsibilidade no trabalho; pressão excessiva por resultados e competitividade no ambiente de trabalho; necessidade de aprimoramento contínuo; contato com pessoas ou clientes gravemente doentes ou que demandam muito do profissional.

Para prevenir, destacou a necessidade de melhoria nas condições de trabalho, reorganização da jornada, transição de carreira, delegar tarefas, ter autoconhecimento e autogerenciamento das emoções, desenvolvimento de habilidades para lidar com conflitos e estabelecer limites. Ainda entre os fatores de prevenção, estão manter uma alimentação saudável, prática regular de atividade física, rotina de sono adequada, ter momentos de desconexão das tecnologias, aprender a administrar o estresse, reconhecer gatilhos e condições ansiogênicas, planejar férias em momentos oportunos, estar atento aos sinais e sintomas do adoecimento, experimentar atividades desvinculadas ao trabalho e exercer a criatividade.

QUALIDADE DE VIDA

Dando sequência ao assunto, o médico veterinário Italmar Teodorico Navarro palestrou sobre “Qualidade de vida para sobreviver em tempos difíceis”. Ele abordou diversas situações diárias que têm impacto na qualidade de vida, enfatizando que está relacionado com saúde física, mental, emocional e espiritual. “Qualidade de vida é o equilíbrio entre razão e emoção e o equilíbrio está na forma das relações familiares e sociais, com o trabalho e com o lado espiritual”, frisou.

Para Navarro, o crescimento pessoal está ligado ao processo individual de aprendizado contínuo de conhecimentos, habilidades e atitudes, que permitem a pessoa viver a vida com o máximo de satisfação e o mínimo de desgaste. “Esse é o desafio. O crescimento pessoal só vem com os desafios da vida, até na hora de parar ou de mudar. Conhecimentos, habilidades e atitudes são ferramentas para vencer os desafios. É preciso ter atitude e postura. Quando eu administro bem tudo isso, sou competente”, explanou, ao acrescentar sobre a importância do nível, qualidade e estilo de vida. “O estilo de vida tem influência em doenças como infarto, derrame cerebral e câncer. Essa influência é maior do que o ambiente, a biologia e a assistência médica”, ressaltou.

Alinhado à exposição de Marcia, citou algumas doenças do século 21 causadas por ambiente em desequilíbrio, doenças emocionais e espirituais: estresse, ansiedade, impaciência, desmotivação, angústia, fobia, irritação, intolerância, medo e depressão. “As maiores causas de estresse do médico veterinário são a rotina exaustiva, alta carga de trabalho sem horário definido, baixa remuneração, falta de reconhecimento, relação difícil com os tutores, lidar com a eutanásia e competitividade entre profissionais”.

O estresse, a ansiedade e a depressão estão relacionados com o cotidiano. Navarro alertou sobre os sintomas para buscar ajuda. Entre esses estão alteração repentina de humor, insônia, silêncio, esgotamento emocional e físico, fadiga e dores musculares, dor de cabeça frequente, sentir-se impotente, negativo, incapaz e ter insegurança e desesperança. “O estresse não pode ser eficazmente combatido evitando-se as sobrecargas, mesmo porque a maioria delas constituem fenômenos perfeitamente normais da vida. Estresse só é eficazmente combatido mediante aumento do chamado eustresse, ou seja, de ações que produzem reforço na sua estrutura, que assim se torna mais apta a suportar o estresse. Entre esses fatores estão alimentação saudável, exercícios físicos e esporte, prática de artes, música, dança, pescar, artesanato, oração e meditação, além de ser e sentir-se útil, fazer repousos, ter amizades saudáveis e socialização. Além disso, é preciso aprender a cultivar ânimo, entusiasmo e força”, salientou.

DOENÇAS TRANSMITIDAS POR VETORES

Para finalizar a programação, o médico veterinário Paulo Tabanez palestrou sobre “Doenças transmitidas por vetores”. Ele expôs que essas doenças são muito frequentes no Brasil. Os vetores são carrapatos, pulgas, moscas e mosquitos que podem transmitir principalmente bactérias e protozoários e também vermes. Além de causarem prejuízos à saúde dos pets, podem ser um problema de saúde pública, pois muitas têm potencial zoonótico.

Tabanez reforçou a importância de os médicos veterinários entenderem quem são os vetores, o que eles transmitem e como reconhecer isso nos animais para poder tratar os infectados e, principalmente, prevenir os que não estão infectados. “Exige preparação do profissional porque nem sempre é fácil de encontrar isso, pois muitos animais infectados são assintomáticos e podem ficar assim por muito tempo e, aqueles que apresentam sinais clínicos, são sintomas que não são específicos, são muito amplos, que todas as doenças podem ter. Logo, torna-se difícil o diagnóstico e o reconhecimento da doença”.

O palestrante abordou sobre doenças, contaminação, sinais clínicos, diagnóstico, exames, tratamento e prevenção. Enfatizou a importância da prevenção, que começa com orientação do tutor e manejo ambiental. “Como são doenças transmitidas por vetores precisamos evitar o contato do animal com o vetor. Logo, o uso de repelentes e inseticidas se torna a base da prevenção, além das vacinas, manejo ambiental e outras condições que eventualmente podem levar à transmissão”, concluiu Tabanez.

O 2º Encontro Pet teve patrocínio da Agrosul Catarinense, Asamed Distribuidora, Céles Laboratórios Veterinários, Formularium Manipulação Veterinária, MSD Saúde Animal e Novavet.


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