Pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Jalusa Deon Kich, explanou sobre o tema nesta quarta-feira, no 13º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura
O debate sobre a
utilização de antimicrobianos na criação animal acontece há alguns anos e mais
recentemente tem se intensificado com a cobrança de entidades reguladoras para
a redução do uso, além de algumas proibições. O aumento de bactérias
resistentes a antibióticos e a implicação na saúde humana geraram diversas
discussões mundiais.
Mas como essa questão é
trabalhada no Brasil? Quais as estratégias do País para atender as normas que
regulamentam o uso prudente de antibióticos na suinocultura? Essas foram
algumas das questões abordadas na palestra “Uso prudente de antimicrobianos na
suinocultura: qual o nosso caminho?”, nesta quarta-feira (11), na 13ª edição do
Simpósio Brasil Sul de Suinocultura. O evento é promovido pelo Núcleo Oeste de
Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) e segue até esta quinta-feira
(12), virtualmente.
A temática foi abordada
no Painel Antimicrobianos pela médica veterinária, mestre e doutora e
pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, Jalusa
Deon Kich. De acordo com ela, o uso de antimicrobianos na suinocultura tem
possibilitado, durante décadas, a manutenção de padrões sanitários, o que
melhora o bem-estar dos animais e resulta em benefícios zootécnicos para as
granjas. Porém, a Organização Mundial de Saúde (OMS) fez uma chamada global
para a redução do uso, introduzindo recomendações a partir de 2009.
De acordo com Jalusa, o
Brasil está traçando seu caminho nessa questão, embora ainda há muito a se
fazer. Para ela, o tema está sendo debatido porque o consumidor está
interessado, quer saber se a produção é sustentável e os padrões de qualidade
dos alimentos. “Mas a grande questão é a saúde pública”, frisou, ao citar que o
uso indiscriminado pode gerar resistência aos antibióticos e acabar
interferindo, também, na saúde humana.
A suinocultura possui
uma cadeia produtiva avançada, tecnológica e com produção de proteínas de alta
qualidade. No passado se utilizava antimicrobianos como melhorador de
desempenho zootécnico. Porém, o uso excessivo gerou uma preocupação mundial e,
seguindo as discussões, o Brasil está se adaptando a novas formas de criação,
visando reduzir o uso.
O Brasil, como país
membro da OMS, elaborou o Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da
Resistência aos Antimicrobianos no Âmbito da Saúde Única, com participação de
diversos ministérios e órgãos regulamentadores. Alinhado à Força Tarefa
Intergovernamental sobre Resistência aos Antimicrobianos (TFAMR), criou um
Grupo de Trabalho liderado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA).
De acordo com Jalusa, a
partir de um olhar sistêmico para a questão, surgiram conceitos de uso
prudente, uso racional e uso consciente. “Na prática, dizem respeito à boa
conduta técnica para a decisão de uso”, disse, ao explicar que alguns são
proibidos, mas se mantém o uso para fins terapêuticos, para tratar, controlar
ou prevenir doenças.
Nesse contexto, Jalusa
ressaltou que as palavras de ordem são saúde e bem-estar. “O Brasil possui um
plano nacional que norteia ações multidisciplinares alinhadas com organismos
internacionais. Iniciou também um programa de vigilância de resistências em
amostras bacterianas. A indústria brasileira, atenta a esta tendência, tem desenvolvido
iniciativas que visam a redução do uso. Este arcabouço de informações deve
constituir um programa integrado que oriente a regulamentação baseada em
evidências científicas e decisões corporativas que incorporem o conceito de uso
prudente”, salientou.
12ª BRASIL SUL PIG FAIR
Em torno de 60 empresas de tecnologia, sanidade, nutrição, genética,
aditivos e equipamentos para suinocultura participam da 12ª Brasil Sul Pig
Fair. A feira consiste em um espaço virtual onde as empresas geradoras de
tecnologias apresentam suas novidades e seus produtos, permitem a construção de
networking e o aprimoramento técnico dos congressistas. O acesso para a feira é gratuito.
APOIO
O 13º SBSS tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA),
do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Embrapa, da
Prefeitura de Chapecó, da Unochapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina
Veterinária (Somevesc).
PROGRAMAÇÃO
DO 13º SIMPÓSIO BRASIL SUL DE SUINOCULTURA 2021
Data
12/08/2021
13h30 às 13h35 - Painel Nutrição
13h35 às 14h15 -
Nutrição de precisão: em busca da máxima eficiência.
Palestrante: Mário Penz
14h15 às 14h35 -
Discussão
14h40 às 15h20 - Visão
estratégica de ingredientes nutricionais (mercado internacional e impacto
interno).
Palestrante: Uislei Orlando
15h20 às 15h40 -
Discussão
15h40 às 15h55 -
Intervalo
15h55 às 16h - Painel Sanidade
16h às 16h40 - O que não
vemos: micotoxinas e suas interações (vacinas, performance, CDRS, desafios
entéricos).
Palestrante: Paulo Dilkin
16h40 às 17h - Discussão
17h05 às 17h45 - Papel
dos agentes primários e secundários no Complexo de Doença Respiratória dos
Suínos e suas interações (foco em Influenza, Mh e APP).
Palestrante: Djane Dallanora
17h45 às 18h05 –
Discussão