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2 semanas atrás

Sanidade é destaque nos debates do 25º SBSA

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A sanidade na avicultura evoluiu exponencialmente ao longo dos anos, mas ainda há desafios que demandam atenção nas granjas para evitar perdas no setor. Nesta quinta-feira (10), último dia de debates do 25º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), especialistas discutiram sobre formas de enfrentar a laringotraqueíte infecciosa aviária e artrites infecciosas.

A laringotraqueíte infecciosa (LTI) aviária é uma doença altamente contagiosa, que acomete o trato respiratório das aves. O doutor Horacio Gamero abriu o bloco sanidade trazendo uma abordagem prática sobre a doença. De acordo com o médico veterinário, se trata de uma enfermidade que pode se manifestar de duas formas: crônica ou aguda. A doença, muitas vezes, é silenciosa, quase não demonstra sintomas, por isso o diagnóstico precoce é fundamental para controlá-la. Entre os sintomas que caracterizam a inflamação na traqueia e laringe estão os corrimentos nasal ocular, dispneia, hemoptise, redução na produção de ovos e letargia.

Embora seja controlada em muitos países, podem ocorrer surtos esporádicos e grandes perdas econômicas. Os fatores que podem desencadear surtos da LTI são a ausência ou erros nos programas de biossegurança, especialmente em áreas onde a doença é endêmica; aves de quintal em fazendas vizinhas que podem atuar como distribuidoras do vírus; má limpeza e desinfecção dos aviários; eliminação de camas ou aves mortas de propriedades suspeitas sem compostagem; e transferir aves para abate com sintomas clínicos ou viremia, pois podem espalhar o vírus.

O controle desse patógeno passa por três pilares fundamentais: comunicação, estratégias de biosseguridade e vacinação. “É preciso ter um sistema de comunicação ou alerta entre empresas parceiras na área. Relate o caso e forneça detalhes sobre local, sinais clínicos, medidas tomadas, plano de saúde e plano de contingência", explicou o doutor.

Outro ponto fundamental do protocolo de prevenção é a biosseguridade. “Lembre-se que a LTI não tem tratamento. Só podemos tentar terapia sintomática para prevenir doenças oportunistas ou secundárias. Tem que trabalhar no dia a dia para conseguir bons resultados de biosseguridade”. As vacinas também são uma ferramenta indispensável. Contribuem para produzir imunidade, prevenir doenças secundárias e reduzem significativamente a propagação de vírus.

AÇÕES PARA COMBATER AS ARTRITES INFECCIOSAS

A incidência de artrites infecciosas é relativamente comum na avicultura, por isso adotar estratégias de manejo para prevenir e controlar são fundamentais para evitar prejuízos. O doutor Marcos Morés explicou que os frangos apresentam altos índices de problemas locomotores, especialmente por ganharem peso e massa muscular muito rápido, o que torna os ossos menos mineralizados, mais porosos e suscetíveis a microfraturas. “Essas lesões, associadas ao ganho de peso rápido, predispõe as aves a infecções bacterianas e virais oportunistas, que podem tornar as lesões mais severas e, até mesmo, levar à condena”.

Segundo o médico veterinário, entre os principais agentes envolvidos no quadro de artrite infecciosa estão: o reovírus aviário; o Mycoplasma synoviae; o Enterococcus spp, o Staphylococcus spp, e a E. Coli. O controle das artrites infecciosas passa por um diagnóstico correto. “É muito importante que tenhamos um diagnóstico bem feito, para ter certeza que o que estou isolando é o que de fato está causando o problema clínico", salientou o doutor, ao apresentar sugestões de coleta de amostras para o diagnóstico.

No campo, é preciso adotar uma abordagem multidisciplinar. “Preciso atingir um equilíbrio entre pressão de infecção e resistências das aves, trabalhar a cama para manter essa pressão de infecção baixa. É importante, ainda, trabalhar com programas de vacinação para o reovírus, ter condições ambientais de manejo adequadas para evitar imunossupressão dessas aves, adotar cuidados com a saúde intestinal, e proporcionar aspectos nutricionais que vão favorecer a saúde óssea, usando minerais e enzimas”.

Morés ainda pontuou a relevância do vazio sanitário no combate a agentes virais. Quanto maior o período de vazio, menor será a concentração viral nas instalações. Sem deixar de lado as práticas de biosseguridade, tanto em granjas quanto incubatórios.

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